Deserto Deserto

Voltaire e seu Zadig. A filosofia e o destino

A princípio, a capa pode causar estranheza. O que estaria fazendo este solitário viajante montado num camelo numa capa assinada pelo francês Voltaire? Um pouco de contexto histórico nos ajuda a entender que o enorme sucesso da tradução de “As mil e uma noites” na França, no início do século XVIII, originou uma torrente de histórias de inspiração oriental. Nessa onda, porém muito acima da média, surgiu “Zadig, ou o destino”.

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O tema do homem que luta contra o próprio destino é um dos mais antigos da humanidade, remontando à Grécia Antiga. Aqui, ele é renovado e acrescido de sarcasmo e críticas à sociedade em que o próprio Voltaire vivia.

Mas afinal, quem é Zadig e qual o seu destino? O personagem é descrito como um homem de boa índole, por vezes ingênuo, de coração nobre e sincero. Seu nome, de origem semítica, significa “justo” ou “verídico”.

No início, Zadig está para se casar com Semira, o melhor partido da Babilônia, mas uma tragédia frustra seus planos. A partir desse ponto, em cada novo capítulo o protagonista tenta heroica (e atrapalhadamente) ir contra seu destino, buscando alcançar a felicidade.

Quem foi Voltaire?

Se vamos falar de Zadig, temos que falar também de François-Marie Arouet (1694-1778), que nasceu em Paris, foi ensaísta, ficcionista e filósofo. Ele tornou-se conhecido pelo pseudônimo de Voltaire e ficou célebre pelo engajamento na defesa das liberdades civis. É autor de “Cândido ou o otimismo”, “Tratado sobre a tolerância” e “O filósofo ignorante”, dentre outros.

Mesmo que você não conheça todo o pensamento filosófico do autor, Zadig é uma leitura fascinante, que, além de nos transportar para a bela e árida paisagem do deserto, passa pelo reino da Babilônia, pelo Egito e Síria, com descrições magníficas. E é claro que o leitor atento perceberá que o que parecem meras aventuras ou embates contra os infortúnios da vida são, em realidade, a grande oportunidade que Voltaire tem para expressar suas críticas sobre a corrupção do poder, a inveja da sorte alheia, o mau uso da riqueza, o orgulho exacerbado e tantos outros defeitos dos quais todos nós, seres humanos, compartilhamos, conscientes ou não. Adquira o seu!

A seguir: conheça os koans, enigmas criados para induzir a iluminação da alma.

Quem leu Zadig também leu “Noites brancas” do mestre da literatura universal DostoiévskiSAIBA MAIS NA AMAZON: https://amzn.to/4cWKjlF

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