Esta é mais uma daquelas narrativas que ficam no terreno pantanoso entre a realidade e a lenda. O fato é que, nos anos 70, J.D. Salinger já era um recluso lendário. E já havia rechaçado muitos fãs que o assediavam. O autor de “O Apanhador no Campo de Centeio” havia desaparecido da vida pública, morando em Cornish, uma pequena cidade em New Hampshire, onde evitava entrevistas e fugia de qualquer atenção. Mesmo assim, fãs obcecados tentavam encontrá-lo.
Em uma dessas ocasiões, diz a lenda, um jovem admirador descobriu onde Salinger morava e, sem avisar, dirigiu até sua casa.
Bateu na porta, ansioso para conhecer seu ídolo. Para sua surpresa, Salinger atendeu.
O escritor, já grisalho, com olhos penetrantes e uma expressão austera, ouviu pacientemente enquanto o jovem despejava sua admiração.
Depois de alguns minutos, Salinger o interrompeu:
— Você leu meus livros?
— Claro! Muitas vezes! Eles mudaram minha vida!
Salinger suspirou e respondeu com frieza:
— Então vá para casa e viva a sua vida.
E fechou a porta.
O jovem, frustrado, voltou para seu carro e dirigiu de volta, sentindo-se rejeitado. Bem, ao menos é o que nos conta a lenda. Mas, mesmo que Salinger nunca tenha dito exatamente essas palavras, sua atitude falava por ele. E o que dizia?
Dizia que a literatura é algo valioso, mas a vida é mais. E ela existe para ser vivida, não para aprisionar seus leitores em fantasias sobre o autor.
J.D. SALINGER – VIDA & OBRA: UM RESUMO
J.D. Salinger (1919-2010) foi um escritor americano conhecido por sua vida reclusa e por ter escrito “O Apanhador no Campo de Centeio” (1951), um dos romances mais influentes do século XX. Nascido em Nova York, cresceu em uma família de classe média e estudou em diversas escolas antes de ingressar na Universidade de Columbia, onde teve contato com escritores que o incentivaram a desenvolver sua literatura. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no exército e participou de eventos marcantes, como o Dia D e a libertação de campos de concentração, experiências que deixaram uma forte marca em sua visão de mundo e em sua escrita.
Após a guerra, Salinger publicou contos em revistas conceituadas, mas foi com “O Apanhador no Campo de Centeio” que alcançou o reconhecimento mundial.
O livro, que narra a jornada do jovem Holden Caulfield em Nova York, explorando sua angústia e desilusão com o mundo adulto, tornou-se um clássico da literatura e uma referência para gerações de leitores. Apesar do sucesso, Salinger não lidou bem com a fama e passou a evitar aparições públicas, recusando entrevistas e afastando-se do meio literário.
A partir da década de 1960, Salinger viveu de forma isolada em Cornish, New Hampshire, publicando apenas esporadicamente e dedicando-se à escrita sem intenção de divulgar seu trabalho.
Embora tenha lançado algumas histórias sobre a família Glass, como “Franny e Zooey” (1961) e “Nove Histórias” (1953), ele não publicou mais romances.
Após sua morte em 2010, especulações surgiram sobre possíveis manuscritos inéditos deixados por ele, aumentando ainda mais o mistério em torno de sua figura e de seu legado literário.
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