Rubem Fonseca Rubem Fonseca

Rubem Fonseca é meu melhor amigo literário

Rubem Fonseca é meu melhor amigo literário. Assim como ocorre com os melhores amigos de verdade, conheço seus defeitos. Para mim, são insignificantes. Sua companhia é sempre prazerosa. Às vezes ele pesa a mão aqui ou ali; já vi críticos o acusarem de “cabotinismo” ao exibir erudição exagerada, que muitas vezes quebra o delicioso fluxo narrativo; pode ser. E daí? Amigos têm defeitos. Nós os toleramos por causa de suas grandezas, que são muitas.

O excesso de violência, umas bobagens que por vezes dão impressão de que foram escritas em seis minutos pra se livrar da tarefa e ir fazer outra coisa. Ele tem contos assim, também. Pergunto de novo: e daí? Este homem nos deu o conto “A força humana” e só por isso já merecia uma estátua. Uma não, várias. Onde houver uma escola, deveria haver uma estátua dele.

E repito: Rubem Fonseca é meu melhor amigo literário.

Quando estou cansado, quando os grandes nomes da literatura mundial me aborrecem, quando toda “profundidade” já não me atrai porque não quero ser “profundo”, sou apenas um homem que trabalhou o dia todo e está cansado…

Então procuro meu melhor amigo. Leio. Releio. Releio incontáveis vezes! “A coleira do cão”? Acho que li umas dez vezes.

Rubem Fonseca e seus contos magistrais em A coleira do cão
Rubem Fonseca e seus contos magistrais em A coleira do cão

Perfeito? Gênio? Um novo Machado? Ninguém falou nada isso. Eu só falei em amizade. Descansa em paz, mestre/amigo literário Rubem Fonseca.

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Rubem Fonseca: breves dados biográficos

José Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 11 de maio de 1925, e faleceu no Rio de Janeiro em 15 de abril de 2020. Foi um renomado contista, romancista, ensaísta e roteirista brasileiro. Além disso, foi formado em Direito e desempenhou diversas funções antes de se dedicar completamente à literatura. Em 2003, recebeu o Prêmio Camões, o mais importante reconhecimento literário em língua portuguesa.

Carreira e Contribuições:

  • Trabalhou como comissário de polícia no Rio de Janeiro, experiência que influenciou muitos de seus escritos.
  • Lecionou Psicologia na Fundação Getúlio Vargas e pouco depois estudou Administração de Empresas na New York University.
  • Teve ligação com o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), mas em seguida se afastou devido ao golpe militar de 1964.

Obras e Temas:

  • Suas obras frequentemente retratam a violência urbana e a luxúria, com um estilo direto e seco, sendo extremamente econômico nas descrições.
  • Livros como “Feliz Ano Novo” e “O Cobrador” foram censurados durante a ditadura militar por seu conteúdo considerado obsceno e imoral.
  • Criou personagens marcantes, como o advogado Mandrake, que protagonizou várias de suas histórias e que aliás foi adaptado para uma série de televisão.

Prêmios e Reconhecimento:

  • Recebeu diversos prêmios, incluindo vários Prêmios Jabuti e o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra.
  • Seu estilo inovador na literatura brasileira contemporânea, muitas vezes chamado de brutalista, influenciou profundamente o gênero policial e a literatura urbana.

Vida Pessoal:

  • Foi casado por 42 anos e teve três filhos.
  • Morreu em 2020, após sofrer um infarto em seu apartamento no Rio de Janeiro.

Obras Notáveis:

  • Romances: “O Caso Morel”, “A Grande Arte”, “Bufo & Spallanzani”, “Agosto”.
  • Contos: “Os prisioneiros”, “A coleira do cão”, “Lúcia McCartney”, “O homem de fevereiro ou março”, “Feliz Ano Novo”, “O cobrador”.

Em conclusão, Rubem Fonseca é lembrado por sua contribuição única à literatura, com suas histórias impactantes que revelam o lado obscuro da vida urbana e a complexidade da natureza humana.

Ah, um detalhe, quase me esqueço: você sabia que Fonseca se considerava um “cineasta frustrado”? Não sabemos o quanto disso é verdade, dado seu sucesso literário. Enfim, temos uma área do site voltada para Cinema. E Catherine Deneuve está lá esperando por você. 

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