Drummond sobre Machado de Assis

Drummond sobre Machado de Assis

Drummond sobre Machado de Assis: bem, só podemos esperar coisas boas de um talento sobre outro, certo? Não exatamente! Na juventude, o grande Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) criticava o grande Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), considerando-o “monótono” e “passadista”. À primeira vista, isso nos causa espanto. No entanto, com o tempo, a visão do poeta mudou e ele passou a admirar profundamente a obra do “Bruxo do Cosme Velho”.

O livro “Amor nenhum dispensa uma gota de ácido”, reúne textos de Drummond sobre Machado escritos entre 1925 e 1986. Estes trabalhos revelam a gradual mudança na percepção do poeta sobre nosso gigante da literatura. Ou seja, essa “gota de ácido” permite acompanhar mudanças sutis de percepção que enriquecem nossa própria leitura da obra de Machado.

Nosso herói Machado de Assis

Diversos fatores contribuíram para a mudança de opinião de Drummond sobre Machado de Assis:

  • Amadurecimento pessoal e literário: Com o passar dos anos, Drummond amadureceu como poeta e escritor, o que o levou a apreciar a complexa obra de Machado.
  • Reconhecimento da genialidade de Machado: Drummond reconheceu a genialidade de Machado e sua posição como um dos maiores escritores brasileiros.
  • Identificação com a figura de Machado: Drummond se identificou com Machado em alguns aspectos, como o estilo límpido, pessimista e ácido, e a experiência de ser um funcionário-escritor.A mudança na visão de Drummond sobre Machado talvez possa ser vista como uma transformação na relação com a figura paterna. Inicialmente, Drummond rejeitava a figura paterna artística representada por Machado. No entanto, com o tempo, ele passou a reconhecer a importância e a influência de Machado em sua própria formação.Acima de tudo, a relação entre Drummond e Machado é um exemplo da complexa e dinâmica relação entre autores de diferentes gerações. A mudança de opinião do poeta demonstra a importância de revisitar e reavaliar nossas perspectivas sobre grandes obras literárias.

Para concluir, o fato mais curioso: Machado foi apelidado pelos vizinhos de “Bruxo do Cosme Velho”, pois teria queimado cartas em um caldeirão em sua casa, que ficava na Rua Cosme Velho. O responsável por eternizar o apelido? Justamente Drummond, que escreveu “A um bruxo, com amor”. No poema ele fez referência à casa (número 18) da rua Cosme Velho, no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro, onde Machado de Assis morou.

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