Um psiquiatra me avaliou. “Você tem um problema gravíssimo: chama-se HIPER lucidez e é muito raro. Não há cura possível. Talvez – eu disse TALVEZ – a morte.”
Fiquei quieto. Chorando em silêncio.
Lúcido, percebi pelo relógio na parede que meu tempo ali havia se esgotado. Parei de chorar na mesma hora. Levantei-me do divã para ir embora.
“Próximo!”, bradou a enfermeira lá de fora. Foi quando entrou um sujeito que, segundo boatos, acreditava estar sendo perseguido por tangerinas. Me despedi dele, do doutor, da enfermeira e das frutas, depois fui embora.
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