“RUM: diário de um jornalista bêbado” é um livro de Hunter S. Thompson (1937-2005) que virou filme com Johnny Depp e sua linda namorada, a loira Amber Heard e depois… bom, depois, na vida real, foi uma briga e tanto, todo mundo viu nos tribunais.
[Aliás, um aviso, já que mencionamos a bela moça: a imagem que ilustra este post NÃO é uma fotografia e foi gerada por inteligência artificial.]
Se na vida real essa confusão toda pode ter sido um dos pontos baixos na vida de Heard e Depp, na arte literária “Rum” pode ser encarado como um ponto alto. A maior virtude da obra? Sua pureza em comparação àquilo que comumente associamos à produção de Thompson.
Espera! Falar em “pureza” associada a este autor parece brincadeira, mas não é. O livro foi escrito quando o jornalista tinha 22 anos e havia desembarcado há pouco em San Juan, Porto Rico. Então, pra começar, o texto tem mesmo sua dose de ingenuidade, descoberta, “frescor juvenil”.
O mais interessante é que Thompson ainda não havia se “transformado” na “caricatura” viva do Gonzo, careca, óculos escuros, piteira. Não tinha a “obrigação” de transgredir nem de ser “loucão”. Aqui ele ainda era só um cara, mas um cara muito sensível e perspicaz.
A história toda se passa em Porto Rico, e o protagonista é Paul Kemp, jornalista americano que foi trabalhar no único jornal de língua inglesa de lá. Rapidamente Kemp faz amizade com outros jornalistas, que, como ele, são bêbados e meio malucos, mas dentro dos limites da razoabilidade. O que eu quero dizer com isso? Leia mais do autor que você vai entender… Ou assista “Medo e delírio em Las Vegas”, filme em que Depp vive o próprio Thompson.
Prepare-se neste livro apenas para encontrar um Thompson em formação, que ainda se dava ao luxo de ser sentimental e reflexivo. E até de criar para si uma espécie de “alter ego” para se apaixonar por uma loira comprometida chamada Chenault. Em outras palavras, a prosa é tão honesta e convincente, que é difícil não acreditar que aquilo tudo não tenha realmente acontecido a Thompson. Concluindo, “Rum” é mesmo um achado e tem “grande importância literária”… e não é só porque o editor selecionou esse elogio para pôr na capa. Recomendamos fortemente a leitura. 👍
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